Uma vez mais a taxa municipal de proteção civil… …mas não só!
Como é sabido esta pseudo taxa de
proteção civil serve essencialmente para financiar o funcionamento das
corporações de bombeiros, ( um dos agentes de proteção civil, talvez o primeiro
logo após a N.Sª de Fátima) e constitui um agravamento efetivo do IMI.
Já antes os proprietários pagavam
esta taxa na apólice de seguro como taxa de SNB (Serviço Nacional de Bombeiros),
agora duplicada.
Com a fusão do SNB com o SNPC
(Serviço Nacional de Proteção Civil) e a Comissão Nacional Especializada de
Fogos Florestais (CNEFF) em Março de 2003, resultou o SNBPC (Serviço Nacional
de Bombeiros e Proteção Civil) que viria a adotar em 2006 a atual denominação
de ANPC (Autoridade Nacional de Proteção Civil), que na realidade mantém
praticamente a mesma filosofia do SNBPC com uma estrutura maioritariamente
corporizada por bombeiros, ou seja, uma estrutura essencialmente de bombeiros e
para os bombeiros, pouco vocacionada para a PROTEÇÃO CIVIL, ou seja, que aposta
quase tudo na intervenção e quase nada na prevenção e preparação da população.
Esta taxa para financiar os
bombeiros pode ter mudado de nome, mas não mudou muito de objetivos. Contudo, o
destino desta taxa mudou, foi desviado, e serve hoje para suportar uma corporação
de bombeiros PRIVADA ( a FEB-Força Especial de Bombeiros), gerida pela ANPC mas cujos recursos humanos
são assegurados por uma associação de direito privado atualmente liderada por
social democratas.
Esta pseudo taxa de proteção
civil visa ainda compensar o “rebuçado retirado da boca” das associações de bombeiros, o transporte de doentes,
sem gestão ou controlo racional, mas que constituía, e constitui ainda em
muitos casos uma significativa fonte de receitas para estas.
A FEB, trata-se portanto de uma estrutura
que envolve privados alimentados também por dinheiros públicos, que antes
chegava às corporações de Bombeiros e que hoje são canalizados para uma
organização de direito privado supérflua, uma vez que Portugal já dispunha de
reserva estratégica pública de proteção civil, o Grupo de Intervenção
Proteção e Socorro da Guarda Nacional Republicana, já para não falar das forças
armadas, ou seja, passámos a viver acima das nossas possibilidades e alimentar um
luxo, amarelo bem canarinho com asas de frango assado ao peito que alimentam o
ego de uns e destroem a sustentabilidade das corporações de bombeiros, que
apesar de dependerem na sua maioria de associações de direito privado,
sobrevivem graças ao erário público e que antes tinham fontes de receitas
próprias hoje praticamente inexistentes fruto da coação que aparentemente
exercem sobre as câmaras municipais e Ministério da Administração Interna.
Importa ainda referir que, autarcas
e deputados, não sabem em muitos casos distinguir proteção civil de socorro
quotidiano. Ou melhor! Dá-lhes jeito em alguns casos não distinguir uma coisa
de outra, para deste modo se alimentarem os lobbies da indústria da intervenção,
que constituem uma esponja do Orçamento Geral do Estado (todos nós
contribuintes extorquidos), em detrimento da aposta em mais e melhor prevenção,
que quando eficazmente realizada determina uma redução muito significativa dos
custos de intervenção e consequentemente uma poupança para o país e para as famílias,
ou seja, seria do superior interesse público inverter esta realidade.
Na realidade as associações de bombeiros
voluntários podem aparentemente ser corresponsáveis pelo descontrolo do défice,
uma vez que constituem um peso orçamental crescente e fora de controlo. Não faz
qualquer sentido que os contribuintes sejam chamados a pagar mais por este
serviço de qualidade variável, quando poderiam pagar menos por um serviço verdadeiramente
público de qualidade elevada e controlada.
O voluntariado nos bombeiros é
hoje uma falácia que alimenta o ego de uns e a progressão na carreira de
outros, mas que alimenta essencialmente desemprego, porque por cada posto de
trabalho voluntário, há um desempregado, em muitos casos na miséria. Ou seja,
na realidade este tipo de voluntariado é funesto ao interesse público, mas bom
para o interesse de alguns privados.
Tentam “mandar areia” para os
olhos do povo com a ideia de que manter as associações de bombeiros é uma fonte
de economia, o que não mostram é quanto custa uma associação de bombeiros entre
o que o contribuinte paga pelos serviços prestados, o que o mesmo paga através
do financiamento das autarquias, o que o mesmo paga através do financiamento do
Ministério da Administração Interna, e o que o mesmo paga através dos seguros,
porque de outro modo, facilmente se concluiria que as associações de bombeiros
(na sua maioria), são altamente funestas ao interesse público, embora quase
todo o cidadão lhes façam uma vénia, como quem adora um santo que fez milagres,
uma história mal contada em que muitos creem, mas que a ciência não corrobora.
Mas porque se insiste neste
modelo?
Porque não há controlo eficaz das
contas das associações de bombeiros, e isto possibilita assim em muitos casos
manter a ideia de organizações deficitárias, quando na realidade podem até
verificar-se excessos não sancionados, que como empresas determinariam a sua
insolvência no prazo máximo de 5 anos, e que assim se eterniza o descontrolo de
contas e constante financiamento suplementar.
Em suma, uns criaram o luxo que
teimam em não extinguir, outros são chamados a pagar um luxo que não criaram,
mas que são chamados a pagar através da Taxa Municipal de Proteção Civil e da
Taxa de ANPC na apólice de seguro. Algo péssimo para o interesse público, mas
bom e muito atrativo para o interesse privado, mesmo que associativo.
Digo eu! que não percebo nada disto,
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