Era uma vez um país em que sempre que a meteorologia ou protecção civil emitiam um aviso...

Era uma vez um país em que sempre que a meteorologia, protecção civil, defesa, ou saúde emitiam um aviso, os radioamadores auto-activavam-se de imediato numa estrutura sua e totalmente autónoma. Nas associações os radioamadores escalados de prevenção naquele dia dirigiam-se à sede e ligavam a estação. Por todo o país cada radioamador perante o aviso recebido por difusão celular, APRS,etc, re-difundia o aviso em proximidade, avisava a vizinhança que encontrava, e assumia o compromisso de levar o rádio para todo o lado, mantia-se comunicável e reportava à estação da sua associação tudo quanto de anómalo detectava, que por sua vez a sua associação reportava por telefone às autoridades ou em caso de falha dos telefones através do colega mais próximo da autoridade em causa, assumindo assim a associação o comando das operações dos radioamadores e, fazendo o ponto de situação de hora a hora à estação da federação de radioamadores que por sua vez mantinha informado o comando nacional de operações de socorro da autoridade de protecção civil daquele país. Muitos destes radioamadores tinham com eles telemóveis que ligavam a antenas direccionais que assim asseguravam a ligação em caso de emergência à rede telefónica nacional, nomeadamente para facilitar a comunicação de alguém que ali não tinha comunicações e queria pedir ajuda a um seu familiar distante.
Os radioamadores daquele país tinham rádios CB e PMR446 para comunicar com os utilizadores dessas frequências, fazendo assim o elo de ligação daqueles às autoridades. 
Perante situações de derrocadas de edifícios, os radioamadores prontificavam-se de imediato junto das autoridades para rastrear as frequências de PMR446 tentando estabelecer contacto com sobreviventes, ou, caso existissem relatos de que tinham rádios profissionais naquela grande superfície comercial, rastreavam as frequências em busca de sinais de sobreviventes subterrados.
Durante a época de incêndios, os radioamadores mais próximos mobilizavam-se para assegurar a comunicação entre as populações afectadas e as autoridades através das suas associações, o mesmo acontecia durante as cheias e inundações, em que os radioamadores estavam atentos a todos os fenómenos de risco ou vulnerabilidade. 
Naquele território toda a população sabia quem eram os radioamadores, bons vizinhos que colocavam o print dos avisos de risco ou vulnerabilidades no placard do prédio ou da rua, sempre com um logótipo de um grupo de amigos e bons vizinhos, a associação de radioamadores da zona. Por serem vistos como bons samaritanos, toda a população facultava os acessos aos telhados, os radioamadores eram vistos como aqueles que estavam sempre prontos para ajudar, alguns deles até sabiam primeiros socorros e praticavam a ajuda àqueles que necessitavam até chegarem as autoridades responsáveis.
As autoridades reconheciam a utilidade pública dos radioamadores e apoiavam as associações disponibilizando espaços para as suas sedes e até apoios para as infraestruturas de radiocomunicação.
Os radioamadores tinham uma estratégica nacional de protecção civil e de boa vizinhança, eram unidos e próximos dos agentes de protecção civil e demais entidades com dever de cooperação, adorados pelo povo e pelo poder político.

Num país perfeito seria assim,

Digo eu, que não percebo nada disto!

73´s

CT1EBZ


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