Morte Medicamente Assistida (Eutanasia)

Penso que não permitir a morte medicamente assistida é suprimir um direito  fundamental de cada indivíduo e, uma condenação ao prolongamento do sofrimento.

Morrer com dignidade é um direito que cada um deve ter. Como é sabido a tentativa de suicídio é crime, mas o suicídio consumado não é obviamente punível.

Não aceito que, um grupo de crentes de qualquer génese retire aos não crentes o direito de pôr fim ao seu próprio sofrimento medicamente assistido, condenando-o ao prolongamento desse sofrimento, em detrimento de uma morte digna e preferencialmente programada e opcionalmente realizada no seio da família. Não aceito por justo que algum grupo da sociedade se sobreponha ao direito individual de cada um.
Como é sabido há na Europa países em que a morte medicamente assistida é praticada com regras há dezenas de anos, num deles há quase 100 anos, por acaso um dos países mais desenvolvidos social e economicamente.

Considero que aqueles que se opõem à morte medicamente assistida são os menos cultos. Ninguém impõe a morte medicamente assistida a ninguém, apenas se reivindica um direito que cada um deve ter sobre si próprio em casos terminais de sofrimento extremo.

Eu atrever-me ia a dizer que, condenar alguém a viver para além daquilo que deseja quando não tem qualquer qualidade de vida face ao sofrimento, não é prolongar a vida, mas sim um prolongamento da morte.

Não há qualquer moral em que este assunto seja decido por maiorias, pois trata-se de um direito que somente a cada um diz respeito. Nenhuma maioria partilhará do sofrimento a que cada um é condenado por cada minuto de sofrimento adicional.

O ser humano conquista no direito de nascimento medicamente assistido, o direito a por fim ao sofrimento extremo, também medicamente assistido.

Não creio que a eutanásia não seja praticada em Portugal e, advogo pela sua despenalização. Os médicos que aceitam fazer a vontade ao seu paciente de por termo ao sofrimento, não devem ser alvo de procedimento criminal, não é moral que se puna alguém por por termo ao sofrimento extremo de outro ser humano quando essa é a vontade desse ser humano, ou na sua incapacidade de decisão, a decisão de seus familiares mais próximos.

Digo eu, que não percebo nada disto!

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