Morte nos Comandos
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Não fui comando, mas na minha recruta passei por excessos que na época se assumiam como prática corrente. Recordo-me de um sargento ranger enfermeiro que me ordenou um acto ilegal que recusei cumprir e, face aos meus argumentos diante de toda a companhia de instrução ficou tão irado que ameaçou perseguir-me o resto da vida, felizmente um atropelamento não o permitiu. Recordo-me de um alferes que me obrigou a tirar uma batata da boca de outro camarada, teve a devida humilhação em frente a toda a companhia de instrução, pois felizmente o comandante da unidade (Batalhão de Serviço de Saúde de Setúbal) pô-lo na linha.
Não basta que se julgue e condene, importa que se compreenda o que se passou, e que os instrutores envolvidos sejam reabilitados da distorção da realidade que eventualmente lhe tenha sido incutida na sua (de)formação.
Quanto à detenção foi desnecessária, nunca existiu o risco de fuga, estes homens não fogem, assumem as suas responsabilidades mesmo que com o sacrifício da própria vida, falamos de militares e não de assaltantes de bancos ou governantes, não confundam a boina vermelha com a vermelhinha na boina!
Quanto à omissão de médicos e enfermeiros no exército, aquilo para eles em parte dos casos era apenas uma obrigação ou um "tacho", raros são o que levam aquilo a sério. Se se fosse julgar todas as omissões de auxilio de médicos e enfermeiros militares, teríamos eventualmente uma crise de redução dos recursos humanos nos hospitais civis!
Digo eu, que não percebo nada disto!
NIM10323290
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