O Sistema Integrado de Emergência Médica está de novo a colapsar...

É rara a semana nos últimos cinco meses em que não recebo denuncias de populares ou de técnicos de emergência médica do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) que dão conta de atrasos inaceitáveis num país dito civilizado e que chegam a ultrapassar 1h de tempo de espera. Muito provavelmente a situação como habitual tenderá a agravar-se durante a época natalícia em que os recursos humanos são em alguns casos reduzidos e há geralmente um aumento do número de ocorrências de acidente ou doença súbita.
Não é quanto a mim preocupante a supressão de turnos em ambulâncias INEM, ou mesmo a sua extinção, já que por parte do INEM na realidade nunca se sabe mesmo quando há ou não ambulância em determinados locais. Preocupa-me contudo e muito que não exista a capacidade de fazer uma avaliação das necessidades reais do país para fazer face às emergências quotidianas, e que não sejam as Corporações de Bombeiros e as Unidades da Cruz Vermelha apoiadas na aquisição das ambulâncias necessárias ao garante da capacidade de resposta, bem como à contratação pelas autarquias, dos recursos humanos necessários à sua operacionalização permanente.
Assumamos a realidade de uma vez por todas, o modelo "nacional" falhou, importa transferir a responsabilidade para as autarquias, criando nelas os Centros Municipais de Emergência com capacidade de atendimento e triagem de qualquer tipo de emergência ou urgência e activação dos meios adequados. Importa que sejam as autarquias a gerir o seu próprio sistema de emergências e a deter os seus próprios meios de emergência, porque o que acontece acontece localmente, e está mais que provado que o modelo actual tem lacunas invencíveis há décadas. Se se extinguir o INEM tal como ele existe e se transferir o seu orçamento para as autarquias, surgirão em Portugal diversos modelos concorrentes em qualidade e assistiremos a uma "explosão"de desenvolvimento na proteção e socorro.

Digo eu, que não percebo nada disto!

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