Proteção civil têm falta de instrumentos de prevenção...

A propósito do grupo de pessoas que aparentemente ontem estava a participar em ritual religioso na praia da Costa Nova, em Ílhavo, e de que resultou a morte de uma mulher arrastada pelas ondas, defendo que se apure se estavam informados do aviso de interdição e se a zona estava sinalizada e, caso afirmativo, sejam autuadas por desrespeito pelas recomendações das autoridades e agentes de protecção civil, com aplicação de coima exemplar.

Por outro lado, importa referir uma vez mais que as autoridades e agentes de proteção civil não têm à sua disposição uma ferramenta indispensável na prevenção, refiro-me uma vez mais à difusão celular, que possibilitaria que quase toda a população recebesse nos telemóveis a mensagem de difusão celular com a informação de risco e vulnerabilidades, as recomendações de autoproteção, bem como as sanções aplicadas em caso de desrespeito pelas recomendações e interdições. O país não pode continuar a ser onerado com os custos de operações de busca e salvamento complexas e muito dispendiosas sempre que alguém decide ignorar as recomendações, mas é importante garantir que todo o cidadão tem acesso aos AVISOS, pelo que é indispensável a difusão celular por telemóvel e até mesmo a difusão por e-mail. Não é aceitável que o país tenha avisos da autoridade tributária por e-mail ou sms, e não tenha avisos de proteção civil por e-mail ou difusão celular, isto denota uma inversão de prioridades.
Co-responsabilizo o Ministério da Administração Interna por estas mortes, já que pelo menos desde 2011 os respectivos secretários de Estado Adjuntos do Ministro da Administração Interna receberam da minha mão recomendações para a implementação da difusão celular para fins de proteção civil, mas decidiram até então ignora-las.

Não posso deixar de lamentar a morte, e de enviar uma mensagem de pesar à família e amigos enlutados pela morte da mulher que continua desaparecida, bem como uma mensagem de lamento a todos os familiares e amigos que participaram neste ritual, neste caso não pela sua morte ou desaparecimento, mas pela falta de inteligência dos seus amigos ou familiares participantes. Certamente um bando de ignorantes atribuirá o ocorrido à vontade divina, são estes aqueles que considero os divinos néscios!

Que me desculpem pela dureza da mensagem, mas creio com toda a minha convicção que este tipo de situações merecem por parte dos cidadãos e das autoridades repulsa e medidas duras, não podemos ser complacentes com práticas e rituais que continuem a onerar todos os contribuintes por actos irresponsáveis praticados por alguns. Por outro lado os cidadãos têm de exigir mais da Administração Central do Estado, a difusão celular não é um favor, é um direito.

Digo eu, que não percebo nada disto!