Os "esquecidos"

Nunca encontrei até à data, um só jornalista que tivesse feito um trabalho de investigação sobre a saúde mental da população envelhecida, solitária, ou mesmo das pessoas que dormem nas ruas, os sem-abrigo.
Os serviços do Estado disponibilizam quase tudo nas ruas ou no domicilio, exceto cuidados de saúde mental.
Tal como quem sofre fraturas têm dificuldade em se deslocar a uma unidade hospitalar, quem tem problemas de saúde mental não tem na maioria dos casos capacidade de por sua iniciativa se deslocar a uma unidade de saúde para receber cuidados de saúde mental. Ainda que medicado, o doente mental solitário, ou sem-abrigo, não tem quem controle a sua toma de medicação.
O Estado eximiu-se da sua responsabilidade na saúde mental daqueles que não são capazes de tomar conta de si próprios, para estes não existe estratégia de saúde mental.

O mais próximo que vi disto foi a reportagem "ininputaveis" da autoria da jornalista Ana Leal, talvez a única capaz de um dia fazer uma reportagem séria sobre este assunto.

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