O ROLAR DE CABEÇAS QUE SÓ ADIA A RESOLUÇÃO DE FUNDO

Passamos a vida a fazer rolar cabeças, só para não admitir o óbvio, é que as cabeças roladas pagam pelos "inimputáveis voluntários" a quem se confia o comando.
Por muito competentes que sejam os voluntários, nunca se lhes exigirá a responsabilidade que se exige a quem se paga, motivo pelo qual se camuflam os seus erros técnicos, sob a máscara do "coitados são voluntários".
Culpa-se e sacrifica-se frequentemente quem dá cara e tem a hombridade de não apontar o dedo a quem não assume os erros cometidos.
O voluntariado é importante, mas numa estrutura de proteção e socorro não faz sentido que assuma a gestão e comando, este é um dos principais erros do nosso sistema, onde quase tudo está bem definido, mas onde muito pouco do que está definido se implementa e cumpre efectivamente.
Depois vem o argumento de que são voluntários porque não há dinheiro para lhes pagar, um falso argumento que se alheia do quão onerosos são para o erário publico os resultados das improficuidades na gestão e no comando voluntário.
Nada de expressivo mudará, enquanto não houver coragem de profissionalizar o socorro em Portugal, reservando aos voluntários um papel de complementaridade e não o invés.
Podem rolar as cabeças que quiserem, porque somente rolarão isso mesmo nesta "cegueira" de quem alegadamente tudo vê, mas que na realidade nada enxerga.
Continuaremos por isso a ter um sistema entregue aos amadores, aqueles que amam muito o que fazem, mas com as inerentes assimetrias de competência de quem faz porque ama e não pela prova de competência dada.

Não, eu não creio em voluntários no comando, porque se tudo corre bem, tudo fica bem, se correu mal e não se mostrou "correu bem", mas quando corre efectivamente mal, coitado era voluntário.

Estou ciente das criticas que advirão deste meu artigo de opinião, e dos diferentes argumentos possíveis, mas como voluntário que sou, somente com o discernimento toldado aceitaria gerir ou comandar uma grande operação de proteção e socorro, sem para isso possuir a necessária formação académica, nunca inferior a licenciatura em gestão de emergência, pois desse modo estaria a ser somente "amador", sem consciência das responsabilidades inerentes, e sem respeito pelas salvaguarda de vidas e bens que me mim dependeria. 

Digo eu, que não percebo nada disto!

Comentários

  1. Um artigo de opinião com clareza de espírito e profunda autocrítica, tiro-lhe o chapéu João Paulo Saraiva.

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