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Carta aberta ao Exmo. sr. Presidente da Associação Nacional de Sargentos da Guarda Nacional Republicana
Exmo. Sr.Considero que, Vexa partilha de uma visão algo sectarista sobre a
proficuidade do investimento no Grupo de Intervenção Protecção e Socorro, tese
que passo a advogar nos termos e factos seguintes:
1º O aumento de efectivos do GIPS é um aumento de efectivos mais
qualificados na GNR, preparados não somente para a sua missão de base, bem como
para a Protecção e Socorro de pessoas e bens;
2º Aquilo que Vexa considera um desvio de recursos, eu considero que,
somente quem não sentiu na pele a ausência de socorro, e quem desconhece quantas
vidas a preparação física e psicológica dos militares do GIPS pouparam nos
incêndios de 2013, pode afirmar tal despautério de forma tão insensata;
3º É certo e sabido que os Postos Territoriais carecem de efectivos,
mas não será o aumento de efectivos no GIPS uma forma de viabilizar a
reestruturação da rede de postos territoriais, que para além da componente security
possam também assumir a vertente safety, não só protegendo como fazem actualmente
os postos territoriais, mas socorrendo também pessoas e bens? Já lhe tinha ocorrido
propor tal reestruturação que possibilita maior rentabilização dos recursos
técnicos e recursos humanos?
4º O país investiu durante mais de 600 anos em corporações de
bombeiros, muito nas associações de Bombeiros, a quem tudo se deu para que actuassem
na prevenção, intervenção e recuperação. Contudo, mais de 600 anos volvidos, as associações de
bombeiros reafirmam reiteradamente não estar na sua maioria vocacionadas para a
prevenção, nem para a recuperação, somente para a intervenção, e até fazem
birras e chantagens, pois são entidades de direito privado, não lhe parece que,
a GNR é a alternativa possível, e mais vocacionada para assegurar o serviço
público que os privados legalmente, mas ilegitimamente pretendem boicotar?
5º Os homens e mulheres do GIPS são seres humanos, mas não como quaisquer
outros, são seres humanos seleccionados pelas suas características de
humildade, capacidade de aprendizagem, predisposição para sacrificarem a vida
familiar em prol de vidas alheias, por para isso estarem pessoalmente e
profissionalmente vocacionados. São seres humanos que atingem elevada
preparação física e psicológica, que os diferencia dos demais seres humanos, características
estas que no momento certo salvam vidas em condições extremas, onde outros
provavelmente se somariam ao número de vítimas;
6º Exmo. Sr. O GIPS é motivo de orgulho para o povo português, e se
vexa crê que se investe muito no GIPS, já eu creio que se deveria investir
mais, pois para além de poucos efectivos, têm ainda carências de equipamentos
para que possam ser a efectiva reserva estratégica de Protecção e Socorro. Já investimos
muito em Associações de Bombeiros, sem que dai resultassem nos últimos anos
diferentes e benéficos resultados, este é o momento e a hora de investir num
modelo alternativo que, convergindo esforços com os demais agentes de protecção
civil, reforcem a capacidade de prevenção para evitar tanto quanto possível a
intervenção;
7º Como sabe, os seus camaradas do GIPS passam dias e semanas sem ir a
casa, obrigam-se a uma autodisciplina muito exigente, e cumprem com saber,
zelo, dedicação e humanidade, a dura missão que lhes está confiada, porque “se
fosse fácil, não era para eles”!
Digo eu, que não percebo nada disto!
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