Foi há 22 anos…



Vinte e dois anos passaram após eu ter decidido que a população a que hoje chamo 4º pilar da protecção civil, tinha o direito e o dever de fazer parte das actividades de protecção civil e socorro e não ser somente benificiário desses sistemas, ou mero expectador. 

Ao longo de 22 anos, fui processado e absolvido ou ilibado, fui perseguido, fui insultado e enxovalhado, inventaram-se inverdades sobre mim, cometi excessos e erros, aprendi e cresci.

Estranho, contudo, que, alguns daqueles que hoje reclamam os louros, e qua há época não eram sequer nascidos ou não viam mais do que aquilo a que após 2006 se passou a chamar de “agentes de protecção civil” e que na realidade advogo que em alguns casos são agentes de protecção e socorro (agentes do SIOPS portanto), alheiam-se da história que nos conduziu ao estado actual, muitos desses que na altura me criticaram e o fazem até bem recentemente.

Quando comecei por defender aquilo que hoje conhecemos como OVPCs, não o fiz a pensar em mim, nem em protagonismo, mas era indispensável dar alguma visibilidade, dar nas vistas, para que de facto tal movimento fosse notado e aos poucos começasse a ser compreendido e aceite. Felizmente quase nunca estive sozinho nesta luta, quase!

Vêm hoje eruditos engravatados, reclamar o seu quinhão daquilo que não cultivaram, sem agradecer ao pai da coisa, como se fosse possível passar uma borracha por cima da história. Mas, foi por isto que lutei, para que independentemente de qualquer forma de reconhecimento pelo esforço desenvolvido, na actualidade todos pudessem fazer parte do movimento de cidadãos activos e participativos nas soluções para o desenvolvimento da protecção civil e socorro, para que tivessem voz junto do poder político instituído, e para que também na protecção civil e socorro se apliquem os direitos democráticos. Sei que a luta não termina aqui, sei que há um longo caminho a percorrer que nunca estará percorrido, porque as sociedades sofrem mutações em função de fenómenos diversos, mas tenho apesar de todos os obstáculos a sensação do dever cumprido a cada dia que passa. 


Estou, na actualidade, a desenvolver paralelamente novos conceitos em áreas conexas ao que à protecção civil e socorro é atinente (radiocomunicações cidadãs por exemplo), porque o futuro se constrói no presente.  

Quero por tudo, desejar aos que mais recentemente iniciaram a sua luta neste sentido, desejar os maiores sucessos, porque o voluntariado de protecção civil nas organizações da sociedade civil é de facto algo de novo e inovador, fruto do sonho antigo de um sonhador.

Não precisam agradecer, basta continuar! 


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