Militares na Protecção Civil defendem o interesse público...
Também eu advogo que é preferível ter militares como
CODIS do que Bombeiros pelos seguintes factos:
1.
Os CODIS até então seleccionados não o
têm sido pelo facto de ser licenciados em protecção civil, pelo contrário, há
muito bombeiro licenciado em protecção civil a combater as chamas enquanto que alguns
com licenciaturas em áreas que nada têm a ver com protecção civil estão em funções
de comando, alguns desses os CODIS.
2.
O oficial das forças armadas ou forças de segurança é formado
para gerir, é um estratega. Quem vem da quadrícula apesar de ter o conhecimento
das bases tem geralmente dificuldade em gerir o todo, já que vai geralmente gerir
o conjunto de quadrículas como quem gere uma quadrícula em ponto maior, e tal
não é adequado.
A partir do momento em que um acidente grave sai do controlo dos intervenientes
na protecção e socorro, torna-se uma operação de protecção civil, e como tal
deve ser gerido pelo estratega, e não pelo operador de intervenção em protecção
e socorro, logo por eleição deve ser um oficial das forças armadas ou forças de
segurança e não um comandante de bombeiros, excepto se for licenciado em gestão
de protecção civil ou engenharia de protecção civil.
3.
O militar tem implícito em missões de
paz o princípio da neutralidade, assegurando naturalmente o interesse público,
já que representa o Estado Português. Já um Bombeiro como CODIS tem a tendência
para ser parcial e privilegiar interesses privados já que geralmente é oriundo
de entidade privada, uma Associação de Bombeiros.
Por outro lado, quando o CODIS é originário das Associações de bombeiros, tem tendência
a dar preferência ao emprego de meios das Associações de Bombeiros,
discriminando as demais entidades, até mesmo Corporações de Bombeiros
Municipais. Esta discriminação não se fica por aqui, chegando mesmo a dar preferência
a corporações da sua quinta (concelho ou distrito), em detrimento dos mais
próximos do local de incidente.
4.
Advogo por isso que, deveria ser requisito
para ser CODIS ser oficial das Forças Armadas com competências de gestão
estratégica e/ou ser oriundo de qualquer agente de protecção civil com
licenciatura em Protecção Civil.
5.
Por outro lado, Bombeiros é Protecção e
Socorro, não é Protecção Civil, logo o facto de ser Bombeiro em pouco contribui
para uma boa gestão das operações de Protecção Civil, por mais que tendam a
misturar tudo, protecção civil é algo muito diferente de protecção e socorro,
embora sejam actividades conexas.
O que tem prevalecido tem sido desde sempre a
nomeação de amigos ou filiados no partido do Governo da altura, e isto nunca
deu bons resultados apesar de sempre terem omitido a todo o custo os
resultados, contudo, o surgimento de organizações da sociedade civil no âmbito
das actividades de protecção civil, e a sua articulação com os órgãos de
comunicação social e com os grupos parlamentares da assembleia da república,
veio pôr fim a essa realidade que muitas vidas humanas ceifou e cujas mortes “escondeu”,
ou pelo menos tentou esconder.
Não mais é possível esconder a inércia e inépcia do corporativismo partidário
nas actividades de protecção civil, a justiça tende a ser cada vez menos cega.
Embora o lobbie das Associações de Bombeiros tenha um dinossauro camaleão, até
esse um dia será responsabilizado pelo subdesenvolvimento que causou ao sistema
nacional de protecção civil para privilegiar os interesses próprios e das suas
associadas, não é possível eternizar para sempre este lobbie tão hediondo.
Digo eu, que não percebo nada disto!
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