Nem temos autoridade de proteção civil, nem de emergência...

Os bombeiros, sapadores florestais, … deveriam ser agentes de Proteção e Socorro e não de Proteção Civil, porque são regulados pelo SIOPS (sistema integrado de operações de proteção e socorro) e não fazem na esmagadora maioria dos casos sensibilização em proteção civil às populações, mas sim de proteção e socorro. A sensibilização de perigos e vulnerabilidades às populações passa por abordar as géneses dos desastres, incluindo a sideral, antrópica, e demais, e não apenas a prevenção de incêndios e primeiros socorros.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, deveria ser a Agência Nacional de Proteção Civil, porque a autoridade decorre do reconhecimento dos cidadãos, do suporte estatutário e, não de uma denominação social.

Os agentes de algo devem ser os executantes, tal como na PSP os agentes o são. As organizações não devem ser agentes, devem ser Agências, como a FEMA (federal emergency management agency) nos EUA que não precisa de ter “autoridade” na denominação, porque a tem pelo reconhecimento pelos cidadãos e até pelos demais países do mundo.

Enquanto continuarem a legislar para dar ênfase no papel, o respeito e reconhecimento dos cidadãos será sempre etéreo e a ação dessas entidades sempre parcialmente improfícua.

O modelo nacional de sistema de resposta à emergência, tal como o modelo nacional de sistema de proteção civil, têm de ser profundamente revistos, sob pena de serem constante alvo de sátira ao invés de reconhecimento de mérito efetivo e, isso deve-se ao facto de ambos serem altamente improfícuos na defesa do superior interesse público.

Enquanto se legislar para a autopromoção ou distribuição de tachos, os referidos sistemas estão reféns dos interesses instalados e, os cidadãos são os principais lesados.

Um sistema de proteção civil só é profícuo quando responde excelentemente às necessidades das populações na prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação face a previsão ou ocorrência de acidentes graves ou catástrofes, envolvendo para isso tantos cidadãos quantos possível.
Um sistema de resposta só o é efetivamente, quando responde às necessidades dos cidadãos em tempo útil e com a qualidade decorrente do estado da arte nos países mais desenvolvidos do mundo. De outro modo não são sistemas, por mais pomposos e estéticos que sejam, são falácias.

Digo eu, que nem percebo nada disto!

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