Em 2022 serei diferente e igual a mim mesmo

Aos longo dos anos fui impondo a mim alguma disciplina para travar a incomensurada dádiva sem receber nada em troca, mesmo apesar de publicamente muitas vezes ser acusado do oposto.
Ano após ano minto a mim mesmo dizendo que no ano seguinte vai ser diferente, mas na realidade pouco muda porque somente recentemente aprendi a dizer não e basta, duas palavras que não faziam parte do meu vocabulário.
Chega-se por vezes na vida a um estágio de saturação tal, em que se apodera de nós uma incomensurável vontade de mandar tudo e todos à merda, mas não o fazemos por uma questão de urbanidade, mas, isso só acentua a revolta interior que mais tarde ou mais cedo acaba por se manifestar de forma desproporcionada face ao evento que a desencadeia.
Este ano, embora há vários anos prometa a mim mesmo deixar de roer as unhas, constato que voltei a mentir a mim mesmo, mas tive mais coragem para mandar certas coisas à merda e dizer não ou basta do que alguma vez já o tinha tido e, no próximo ano esta coragem tende a acentuar-se, pois entendo que não tenho de aturar certas merdas de pessoas num estágio de conhecimento sobre determinados assuntos em causa, inferiores ao meu, que reiteradamente descordam do meu ativismo em prol do bem comum. Por isso muitos vão se deparar quando me pedirem algo ou para fazer diferente com a resposta "quanto é que me pagam para isso?" ou "pelo que me pagam eu não tenho de vos aturar", isto para ser simpático e por uma questão de urbanidade não dizer o que na realidade penso e que não é nada bonito.

Por isso, para quem me achava um pouco ácido em 2021, em 2022 vai-me achar corrosivo e, não seria de estranhar se perdesse a urbanidade e passasse a proferir palavras nunca antes por mim expressas.

Geralmente demoram anos, a reconhecer que afinal eu estava certo, e geralmente eu demoro segundos a reconhecer os meus eros e a pedir desculpas. Nem todos os que estão à minha volta ou nos grupos em que me insiro estão bem à minha volta ou nesses grupos e, tenho a arrogância suficiente para poder hoje dizer que quem não está bem que se mude, afinal fartei-me de ouvir isso ao longo da vida, mudei-me, adaptei-me, com isso cresci e aprendi a sobreviver nesta selva a que fofinhamente apelidamos de humanidade.

É simples, ninguém tem de concordar comigo ou com as minhas lutas, mas há uma coisa que se chama respeito, e eu exijo respeito pela minha identidade própria e, quem tiver o vil desejo de a mudar arrisca-se a ouvir o que não quer quando me dizer o que bem lhe aprouver.

Muitas vezes, para manter a urbanidade subo a um cume, e partilho com a natureza um conjunto de adjetivos sobre certas pessoas, alguns dos quais nada bonitos de se ouvir, pois a natureza sabe ouvir-me como ninguém, e até os ratos do campo, as raposas, as lebres, coelhos e cobras me respeitam mais do que alguns semelhantes e, a natureza responde-me sempre, quando o vento me sopra ao ouvido e me diz, por hoje já chega, regressa ao teu ninho e volta sempre que precisares.

Boas festas, Feliz ANO NOVO, em Segurança,

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