Somos o que não somos


Na atualidade “somos” para os outros o que temos, o que vestimos o que aparentamos ser. Deixou de importar o que somos, até para os nossos filhos somos o que damos e não somos o que não conseguir dar. A humanidade tornou-se desumana e materialista numa catadupa de hipocrisia.

Somos o que dizemos ou o que não dizemos, o verdadeiro ser deixou de ter qualquer significado, o verdadeiro ser deixou de ser apreciado.

Somos um mundo onde a hipocrisia tomou conta da humanidade, a inebria materialista substituiu a sobriedade da honestidade. Tornamo-nos sociedades de alienados que se deixam espezinhar por ordens exploradoras que se alimentam do sangue e suor dos distraídos sonhadores abstraídos da realidade através de programas de manipulação mental com recurso aos meios de comunicação social, redes sociais, desporto de alta competição e outras inebrias supérfluas.

Somos ou deixamos de ser pela cor partidária, pelo clube desportivo ou pela ordem religiosa, e temos de facto muito partidarismo, muito clubismo, muito bairrismo e muita religiosidade, mas falta-nos o essencial, a verdadeira fé que não conhece partidos, clubes, bairros ou religiões, porque cada um e cada uma de nós aqui estamos de passagem e fazemos parte de um todo a que chamamos de humanidade, mas que por visão sectária não vislumbramos para além dessa dimensão, o que nos leva a desrespeitar o planeta, a natureza, os demais seres vivos que connosco coabitam o planeta. Alheamo-nos de tudo o que é essencial numa incomensurável fome de egocentrismo que, nem para nós mesmos conseguimos ser bons, apenas somos, o que não somos.

Feliz Natal  

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