Uma JMJ cheia de demónios e hipocrisia
Um estado que não tem dinheiro para resolver o problema do SNS,
da Educação, da Segurança Interna, da Justiça, mas que gasta milhões para dar ao
previsto milhão a milhão e meio de “peregrinos” durante uma semana o que não dá
a 10 milhões que cá vivem e trabalham todos os dias, sob o pretexto de que vai
ser bom para a economia, mas será que as receitas da igreja à custa do
investimento dos contribuintes vai reverter para resolução desses problemas?!
Depois a hipocrisia da comunidade dita Cristã, pelos vistos
com muitos demónios, pois eles têm sido tumultos, ofensas verbais, num concurso
de pecados.
Mas para quem crê no divino, o que não é o meu caso, parece
que as forças do universo se alinham contra a inversão de prioridades, por
exemplo, um amigo meu que estava a dar prioridade a ir ver o Papa em detrimento
de participar numa atividade de proteção civil, eis que as forças do universo
lhe atribuem uma convalescença que ainda recentemente causou uma pandemia, e
lhe dá assim uma lição que tem por moral da história, “não invertas as
prioridades da vida, para que a vida não inverta as tuas prioridades”.
Nada tenho contra crenças, e muito menos contra este Pápa,
em que até me revejo em muitas das suas posições, contudo, tudo tenho contra a
hipocrisia de um povo que não tem serviços de emergência médica porque não há
cabimento orçamental, não tem Unidades Locais de Proteção Civil na sua
freguesia ou se as têm na maioria dos casos não funcionam por alegada falta de
investimento, mas tem dinheiro para uma festarola à escala mundial neste
quintal chamado Portugal e nem a pinga falta na inebria deste carnaval.
De repente, a prostituta, o ladrão, o rufia lá da rua, o que ofende tudo e
todos, o corrupto que comunga do saco azul, todos se lembraram de passar a ser cristãos
e ir ver o Pápa, os mais novos na espectativa de papar algo, os mais velhos na
expectativa de por obra e graça do divino espirito santo apagar todos os seus
pecados, até que a memória lhe apague o sentido de dever de respeito pelo seu
semelhante, geralmente 3 dias, isto se pelo meio não houver festa, arraial,
festival, jogo de futebol ou mais um caso ou casinho político, ou se não se
atravessar no seu caminho a maçã irresistível (ou lá o que lhe chamam) que o
fará de novo pecar de novo argumentando que a carne é fraca para justificar a
natureza humana.
Pena que ao invés de uma palavra do Pápa, a maioria apenas queira uma foto, fazendo com que ao invés de rostos, o Pápa se depare com paredes de telemóveis à frente voltados para si. Ao invés de bondade, observa-se um concurso de atropelos para chegar o mais próximo possível do Pápa. É aquela malta que se queixa de se levantar cedo para ir para a fila do centro de saúde, mas que estão desde de madrugada a guardar lugar para ver o Pápa.
Qualquer arraial é para este povo mais importante do que o mantém vivo, até aqui nada de novo.
Desejo-vos a todos muita saúde, ética e moral.
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