A prova de que o INEM não tem capacidade de coordenar o SIEM...

Muito se fala sobre o papel de coordenação do INEM no auto-denominado Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), mas o que não se explica é que num contexto contemporâneo, o INEM não tem através dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) a capacidade de coordenar todos os meios do sistema, senão vejamos:
  1. O CODU não tem ligação rádio directa com todas as ambulâncias públicas ou privadas que intervêm no sistema, pois se tivesse, os seus recursos humanos dos postos de atendimento do CODU estariam quase sempre sobre-lotados;
  2. Devido a essa incapacidade o INEM joga com o delay das chamas via 112 no alerta, ou via centrais de Bombeiros e Cruz Vermelha durante o socorro, dai resultando inevitavelmente um delay na activação de meios e no socorro às vítimas. A situação é tanto mais grave se atender-mos ao facto de que se todos os operadores do CODU estiverem ocupados com situações de menor gravidade e alguém estiver em espera entre a chamada 112, aguardando a passagem ao CODU, e se essa situação for prioritária em relação a todas ou maioria das situações que estão a ser atendidas pelo CODU, o contactante não tem forma de lhe ser dada prioridade na chamada, ou seja, "uma pulseira vermelha" é discriminada no atendimento face a outras "amarelas ou verdes"; 
  3. O CODU não dispõe de informação em tempo real sobre a localização de meios de outras entidades que diz coordenar os seus meios, logo nada coordena, sendo frequente o envio de meios para locais onde existem outras ambulâncias as escassos metros, dezenas ou centenas de metros, o que prova a descoordenação ao invés da coordenação.
Conclui-se portanto que o CODU somente tem capacidade de coordenar os seus meios e, ainda assim  escassa. Quanto aos meios de outras entidades, o CODU somente tem a capacidade de se articular com a entidade detentora e de pontualmente solicitando o contacto telefónico da ambulância, a contactar via telemóvel, já que a ligação rádio à sua rede não é uma realidade.

Concluo portanto que o INEM não coordena o SIEM, somente coordena os seus meios e articula-se com as centrais das entidades detentoras de outros meios de socorro, prestando quando necessário e tenha essa capacidade o apoio telemédico, quando para isso exista médico disponível no CODU.
Uma vez mais vou deixar no ar esta questão: Se em pleno quotidiano a capacidade  é esta, o que s pode esperar em caso de catástrofe?

Digo eu, que nem percebo nada disto!

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