Em cerca de 6000 focos de incêndio somente 1% se tornaram grandes incêndios...
Isto deve, apesar das tragédias, orgulhar-nos do país que somos. Mas infelizmente e o país que somos é, infelizmente, um país de incendiários, e sobre isto não há qualquer motivo de orgulho, até porque alguns dos autores detidos são por vezes alguns daquelas famílias a quem transversalmente apelidamos de heróis.
A estrutura tem problemas de facto, mas será da estrutura a culpa de haver dezenas de pessoas a provocar incêndios por psicose ou incúria?
A população deve e tem que fazer mais, porque o que a população não fizer não há estrutura governamental nenhuma que consiga fazer, mas na realidade é à estrutura governamental que compete sensibilizar a população e criar nela uma cultura de segurança que se perdeu com o tempo. Importa dotar a população de mecanismos de prevenção, de intervenção, de auto-proteção, e até de resiliência, e para isso deveria servir a tal "taxa de proteção civil". Conclui-se portanto que somos um povo irresponsável, e não esqueçamos que foi deste povo que saíram os nossos governantes, logo não podemos esperar que sejam mais responsáveis.
A proteção civil não é o que somos, é o que fazemos, e o que de mal ocorrer é também fruto do que não fazemos, ou, do que fazemos mal!
Antigamente se necessário os proprietários até dormiam na floresta para guardar o que é seu, mas hoje acham que alguém guardará por si melhor que o próprio interessado, pura ilusão!
Há de facto que corrigir e reorientar o sistema, mas não para fazer mais do que é capaz de fazer, mas sim para orientar o cidadão no sentido de o levar a fazer o que lhe compete fazer.
Durante décadas a ESTRUTURA dos Bombeiros chamou a si o que era e o que não era capaz de fazer e, quando tudo lhes corre bem são os maiores e é tudo deles, mas quando corre mal já dizem ser poucos e não chegar para tudo, vivem na ilusão.
Com o devido e merecido respeito por cada mulher e por cada homem bombeiro, considero uma falácia eleitoralista e populista apelidar de heróis àqueles que se expõem ao risco, tal incentiva-os a correr riscos, e no que me toca prefiro ver essas mulheres e homens bombeiros vivos e felizes não reconhecidos como heróis, do que mortos e rodeados de lágrimas daqueles que os amam. O que o povo e políticos fazem pelos bombeiros é hipocrisia, pois não há momentos de glória que paguém os momentos de dor, mas a memória do povo e curta, mas não a da parte do povo que viveu a tragédia, pois para esses a dor nunca se apaga, até porque quando se quer apagar há uma força interior que a realimenta, para que não se esqueçam aqueles que partiram, as suas imagens, eternizando assim a sua presença dentro de quem os amou .
Depois, a discriminação entre uns que vestem cor "berrantes" para apagar incêndios, e aqueles que o fazem no anonimato de uma farda discreta é gritante. Elogiam-se tanto uns e tão pouco outros por serem menos visíveis. Não reconheço a alguém que vista vermelho mais mérito na 1ª intervenção bem sucedida na extinção de uma ignição de incêndio, do que aquele que tem um militar, um sapador florestal, um outro bombeiro que em vez de vermelho veste amarelo, um comum cidadão, ou qualquer outro animal que urine, ou esgravate na terra ou areia e o apague. Todos somos iguais aos olhos da mãe natureza que desrespeitamos recorrentemente.
Mas proteção civil não é somente incêndios e, falamos de proteção civil nos meses de verão e nos invernos rigorosos, esquecendo-nos deste tema no resto do ano, até nos programas eleitorais geralmente vazios deste tema, onde vendedores de sonhos nos tentam vender até o que é nosso, e fazer crer em milagres que nos fazem crer até que gastar uns milhares de euros para ir ver o Papa é mais importante que aplicar esse dinheiro em bombas de água e sistemas de combate a incêndios, ou a limpeza do mato para proteger o que é nosso, é a máquina dos sonhos a funcionar.
Precisamos de mais gente que odeie os incêndios, e menos gente que adore brincar com o fogo. Basta de criancice de gente adulta, os incêndios são um inimigo que mata como qualquer outro sem dó nem piedade, não podemos ter a combater o inimigo alguém que o adora, ou que gosta de brincar com ele, e, há demasiada gente que o adora a brincar com ele para ver quem ganha o jogo mas, um incêndio não é um jogo, pois quando ele vence, perdem-se vidas e bens, correm lágrimas, instala-se um enorme sentimento de dor, e criam-se para todo o sempre graves traumas psicológicos nas mentes das nossas gentes.
Precisamos de mais gente que odeie os incêndios, e menos gente que adore brincar com o fogo. Basta de criancice de gente adulta, os incêndios são um inimigo que mata como qualquer outro sem dó nem piedade, não podemos ter a combater o inimigo alguém que o adora, ou que gosta de brincar com ele, e, há demasiada gente que o adora a brincar com ele para ver quem ganha o jogo mas, um incêndio não é um jogo, pois quando ele vence, perdem-se vidas e bens, correm lágrimas, instala-se um enorme sentimento de dor, e criam-se para todo o sempre graves traumas psicológicos nas mentes das nossas gentes.
Digo eu, que não percebo nada disto!
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