A desnecessária repetição de palavras nas radiocomunicações
Caros colegas, utilizadores das radiocomunicações
Quando alguém nos informa que as condições de receção são excelentes,
estar a repetir palavras tem tanto de inócuo na compreensibilidade da mensagem,
quanto de funesto à comunicação, já para não falar do quão desagradável pode
ser a quem está do outro lado à espera de poder expressar-se enquanto houve uma
espécie de gravador a repetir palavras.
Se por um lado há aspetos desagradáveis na repetição de
palavras quando as condições de receção são perfeitas, por outro este tipo de
atitude (a repetição por vicio) tem para além do efeito de contágio, um efeito
totalmente antagónico ao pretendido e mais profício nas comunicações de
emergência, já que devem ser breves.
Durante os exercícios de radiocomunicações de emergência,
devem ser evitados contactos com operadores que monopolizam os canais, mas
devem ser-lhes dadas oportunidades de denotarem melhoria nesses comportamentos,
já que tal facto resulta em muitos casos não de uma vontade, mas sim em muitos
casos de uma necessidade psíquica que deve ser compreendida e respeitada embora
não admissível em simulações ou operações reais de radiocomunicações de emergência.
Não é por não respeitar esta ou aquela pessoa que por vezes
não respondo a uma chamada deste ou daquele colega, mas sim porque em alguns
casos antevejo que se responder e mesmo que informe a indisponibilidade para
prolongar a conversação via rádio, a necessidade de comunicação por parte do
meu interlocutor não respeita a minha disponibilidade e tenta arrastar a
comunicação para um diálogo repetitivo.
A repetição de palavras com boas condições de receção só deve ser admissível quando se trate da transmissão de uma mensagem de serviço com necessidade de confirmação da fiabilidade do seu teor, e para que dê tempo de ser manuscrita pelo recetor sem adulteração do seu teor original, neste caso, devem agrupar-se grupos de sensivelmente três a cinco palavras no máximo, exceto se no conjunto parte da frase seja de fácil compreensão, nomeadamente quando as palavras são curtas.
Numa mensagem de serviço não se deve presumir ou intuir sobre palavras não compreendidas, deve sempre pedir-se a repetição da parte da mensagem não recebida ou não compreendida, de modo a garantir a fiabilidade da mensagem.
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