A incomensurável ingratidão

Ao longo dos anos habituei-me a chamar para o que de melhor tinha para dar e partilhar os meus
ditos amigos, mas desses raros foram ou são os que quando têm algo de bom partilham o partilham comigo. A maioria aproveita o que tenho para dar, mas quando tem não dá, guarda somente para si ou, até procuram aqueles que nada lhes dão e apenas recebem.
Deparei-me no âmbito da vida associativa com muitos que chamei para me acompanharem nas boas oportunidades, mas que quando as boas oportunidades lhes surgem a eles vão sozinhos, ou acompanhados de outros que nada têm para dar, por vezes apenas porque são mais apresentáveis, ou porque fazem menos ruído do que eu.
A ingratidão é um fenómeno que se pratica até entre amigos, seja nas relações inter-pessoais, na vida associativa, ou nos negócios.
Houve também aqueles que ensinei, ajudei a dar os primeiros passos, e depois, por vezes até quando davam o primeiro meio passo, sentiram que já tudo sabiam, e constituíram o seu próprio projecto, deixando-me à margem.
Só posso portanto concluir que ou sou um pobre diabo de quem muita gente têm receios ou vergonha de ser amigo e que prejudica a imagem, ou sou uma ameaça ao brilho que alguns anseiam ter e cuja minha presença lhes pode fazer sombra.
Já para não falar daqueles com quem me preocupo, mas que se eu não tiver a iniciativa de saber como estão e se precisam de ajuda, não se preocupam em saber como estou e se preciso dessa ajuda que tantas vezes dou sem esperar algo em troca, mas amizade resume-se em minha convicção a reciprocidade espontânea, ajuda-se quando se pode, é se ajudado quando se precisa, ora quantos dos nossos "amigos" praticam de facto a amizade?!
Já para não falar daqueles amigos que mais facilmente ajudam quem lhes pede do que quem lhes dá ou empresta!

É isto que determina que cada vez mais o meu grupo de amigos seja mais restrito. A amizade não se pratica somente em dias de festa....


Digo eu, que não percebo nada disto!

Comentários

Mensagens populares