OEIRAS SEM PROTEÇÃO CIVIL

Há muitos municípios com serviços municipais de proteção civil, mas aquele em que eu vivo não tem.

Não, eu não moro atrás do sol posto, resido em Oeiras, linha de Cascais, distrito de Lisboa.

Nesta terra há somente um gabinete municipal de proteção civil "fechado a sete chaves" onde só entram bombeiros e polícias.

Nesta terra não há sequer comissão municipal de proteção civil, tudo é decidido no conselho municipal de segurança.

Programas de sensibilização da população só aqueles que as associações de bombeiros desenvolvem, quase inexistentes por não ser sua vocação.

Página web e nas redes sociais para informar a população não existe.

Quando falo com elementos das corporações de Bombeiros do concelho sobre proteção civil, muitos dizem-me em tom de desabafo que não há e não vai haver enquanto o atual executivo autárquico se mantiver no poder com a sua equipa retrógrada. Dizem-me muitos que não podem dizer ou fazer nada, receosos de cortes nos apoios da autarquia e temendo pela perda do seu posto de trabalho. Estes homens e mulheres vivem num clima de repressão em que só têm emprego enquanto guardarem para si a sua opinião.

Oeiras tem muito de bom, mas tem muito mais de mau aos olhos de especialistas. Tem um desastroso ordenamento do território na linha de costa, um profundo desrespeito pelo ambiente, um colossal atraso no desenvolvimento de sistemas de aviso e informação à população e, uma abismal discriminação de entidades que concorrem para fins de proteção civil, para assim não comprometerem os conluios existentes sob pactos de silencio.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil está assim sediada num dos mais atrasados concelhos no que concerne à proteção civil, aqui só há associações de bombeiros e esquadras de polícia, ou seja somente proteção e socorro, porque de proteção civil neste concelho só temos mesmo a ANPC quase inócua em proteção civil.

O executivo autárquico não faz a menor ideia do que significa proteção civil e confunde esta atividade com a atividade quotidiana das associações de Bombeiros, chego a ter pena da sua ignorância, ou ira da sua tentativa de menosprezar a inteligência dos especialistas que existem no concelho e, muitos destes são até Bombeiros, mas não só.

A assembleia municipal, repleta de néscios no que concerne à proteção civil, é totalmente inócua no desenvolvimento e fiscalização da condução das políticas de proteção civil, mas foi o povo que os elegeu, é o povo que terá que os destituir e escolher melhor quem representa os seus interesses, o interesse público.

Caros(as) Oeirenses,

Estamos a pouco mais de um ano para as eleições autárquicas e o atual executivo já deu mostras das suas limitações em diversas áreas e das suas incapacidades no que concerne à proteção civil do concelho, apelo apenas a que atentem mais no essencial e menos em jardins e arranjos florais que a população não come nem se deles se socorre em momentos de aflição. Os nossos bombeiros são essenciais, mas sete corporações são demais. É necessário ter uma visão mais racionalista e apresentar soluções inovadoras e, fazer acontecer o que já existe um muitos outros concelhos até do interior. Até a região Autónoma dos Açores tem serviços de proteção civil mais eficientes que os de Portugal continental, nem vale a pena tentar-mos situar Oeiras nessa avaliação, porque nos envergonharia a todos nós Oeirenses.

Oeiras, a vila mais atrás!

João Paulo Saraiva


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